Contagem decrescente para o Rally de Portugal

Matosinhos volta a ser, pelo terceiro ano consecutivo, o município anfitrião da prova, tendo na Exponor o seu centro de operações.

De 18 a 21 de maio, a Exponor acolherá o parque de assistência da prova, as verificações administrativas e técnicas, e a generalidade das partidas e chegadas das etapas. Também em Matosinhos será instalado o pódio de consagração dos vencedores da competição.

“Há dois anos ninguém acreditava nisto. O desafio foi feito e as autarquias aceitaram sem saber se o Rally contaria com o apoio da Administração Central. A aposta foi claramente ganha nestes dois anos com toda a força que o Rally tem demonstrado. Apostamos numa campanha direcionada para o sector da restauração e hotelaria. Matosinhos é o sítio certo para apreciar de perto as máquinas e contactar com os pilotos”, salientou o Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos.

Num evento com um custo a rondar os 3,3 milhões de euros, a Câmara Municipal de Matosinhos investe este ano 250 mil euros. “Alguns podem achar que é despesismo, mas na realidade, no caso concreto de Matosinhos, o retorno económico direto situou-se entre os 4,7 milhões de euros e os 5,2 milhões de euros”, adiantou Eduardo Pinheiro, citando o estudo de impacto económico realizado em 2016 pelas Universidades do Algarve e do Minho.

O mesmo estudo foi referido por Melchior Moreira. O presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal frisou que o Rally de Portugal “é o evento turístico-desportivo regular com maior retorno económico para o país”, cerca de 129,3 milhões de euros em 2016 (mais 1, 5 milhões de euros do que em 2015). “Na última década ultrapassou os 800 milhões de euros de retorno económico para o país. É nestes eventos que nos dão notoriedade em termos nacionais e internacionais que devemos apostar”, acrescentou. Opinião, de resto, partilhada pelo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, Fernando Freire de Sousa, que enalteceu o esforço dos 13 municípios envolvidos.

Além de Matosinhos, o percurso do Vodafone Rally de Portugal passará pelos municípios de Amarante, Braga, Cabeceiras de Basto, Caminha, Fafe, Guimarães, Lousada, Mondim de Basto, Paredes, Ponte de Lima, Viana do Castelo e Vieira do Minho.

Presentes na sessão de apresentação estiveram ainda o Vice-presidente da Autarquia de Matosinhos, Fernando Rocha, a Vereadora da Ação Social, Lurdes Queirós, o Vereador do Desporto, Tiago Maia, o Vereador da Mobilidade, José Pedro Rodrigues, entre muitos outros autarcas representantes dos restantes municípios envolvidos na prova deste ano.

A edição deste ano conta com muitas novidades e recordes, como explicou Pedro Almeida, diretor da prova.

Os novos regulamentos do Campeonato do Mundo de Ralis trazem a Portugal carros mais espetaculares, mais rápidos, mais competição e mais novidades na lista de inscritos. No total são 17 carros WRC, um recorde nesta temporada do mundial.

Pela primeira vez desde que regressou ao WRC, a Toyota vai alinhar em Portugal com três carros, com Esapekka Lappi a juntar-se a Juho Hanninen e a Jari-Matti Latvala, o vencedor do Rali da Suécia.

A Citroën apresenta-se com quatro viaturas, em vez das habituais três, fazendo alinhar Kris Meeke (o 1º classificado no México), Craig Breen, Stéphane Lefebvre e Khalid Al Qassimi.

A representação da Ford, confiada à M-Sport, é também constituída por quatro carros, integrando o campeão do mundo, Sébastien Ogier, vencedor da jornada inaugural em Monte Carlo, Ott Tänak, Elfyn Evans e Mads Østberg.

Finalmente, a Hyundai apresenta a sua formação habitual com Thierry Neuville (vitorioso na Córsega), Hayden Paddon e Dani Sordo.

A estes juntam-se ainda outros três WRC: Martin Prokop (Ford), Valeriy Gorban (Mini) e Jean-Michel Raoux (Citroen), todos eles com máquinas de especificação pré 2017, na categoria WRC Trophy.

O Rally de Portugal, que este ano conta com 23 pilotos portugueses, volta a integrar o Campeonato Nacional de Ralis, estando 17 inscritos nesta competição, facto que mereceu a congratulação de Manuel de Mello Breyner, presidente da Federação Portuguesa de Automobilista e Karting.

O percurso também apresenta novidades. No primeiro dia, 18 de maio, mantém-se a partida de Guimarães e a SS de Lousada, mas os espetadores poderão ver os carros antes, de manhã no habitual Shakedown de Paredes.

As novidades surgirão já no segundo dia, 19 de maio. Viana do Castelo apresenta-se com um percurso renovado, com uma extensão de 26,7 km, aproveitando o essencial da variante anterior e acrescentando três novos setores com uma extensão global de 10,9 km. O acesso ao novo início do troço é feito através da espetacular subida de Santa Luzia, enquanto o final estará instalado pouco antes da povoação de Afife.

Caminha e Ponte de Lima passam a ser disputados em sentido inverso. Caminha tem 18,1 km e terá o início perto da povoação de Senande, junto ao acesso à capela de Santo Antão, e final imediatamente antes da ponte de Saim, nas proximidades de Orbacém. Do mesmo modo, é invertido o sentido do troço de Ponte de Lima (27,5 km), passando a partida a fazer-se próximo da Montaria e o final à entrada da EN201, perto de Ponte de Lima.

Ao final do dia, terá lugar o Braga Street Stage, com duas passagens com 1.900 metros na zona histórica da cidade.

No dia 20 de maio, a etapa acolhe o troço agora reformulado de Vieira do Minho, e conta com a nova classificativa de Cabeceiras de Basto.

O troço de Vieira do Minho (22,4 km), com início na Senhora da Fé e final em Agra, apresenta duas novidades, tendo sido redesenhado o percurso junto à primeira Zona Espetáculo, no alto da Senhora da Fé, e introduzido um salto imediatamente antes da Zona Espetáculo do Campo de Tiro. Os concorrentes rumam à Serra da Cabreira, com a disputa de um novo troço, Cabeceiras de Basto (22,3 km), com partida na zona da Veiga e, após uma zona inicial de 3,5 km que não integrava o rali desde 2001, utilizará durante 7,5 km uma estrada que fez parte da especial de Vieira do Minho em 2015. A segunda metade do troço é totalmente inédita, terminando a classificativa perto da povoação de Busteliberne.

O dia encerra com a classificativa de Amarante (37,5 km), a mais longa do Vodafone Rally de Portugal.

O último dia da prova, dia 21 de maio, conta igualmente com alterações, nomeadamente em Fafe. Para além da já tradicional dupla passagem por Fafe/Lameirinha (11,2 km), são introduzidos dois troços que não integraram o itinerário das últimas edições: Luílhas, numa versão com 11,9 km e Montim (8,7 km), sendo este último disputado em sentido contrário ao habitual, com início junto à povoação e final à entrada de Boucinha.

A cerimónia de entrega de prémios terá lugar na Marginal de Matosinhos, pelas 14h20 do dia 21 de maio.

Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal, realçou que “o Norte é a casa do Rally”. “Tivemos mais de um milhão de espectadores a acompanhar a competição no terreno. O Norte tem esta paixão pelo automobilismo”, concluiu.
Aqui fica o programa completo da prova:
Quinta-Feira, 18 de maio
Shakedown (Paredes) 4,60 Km 7h30/13h00
Partida (Guimarães) 18:10
PE1 Lousada 3,36 Km 19h03

Sexta-Feira, 19 de maio
PE2 Viana do Castelo 1 26,70 Km 10h09
PE3 Caminha 1 18,10 Km 11h10
PE4 Ponte de Lima 1 27,46 Km 11h42
Assistência (Exponor) 14h10
PE5 Viana do Castelo 2 26,70 Km 16h09
PE6 Caminha 2 18,10 Km 17h10
PE7 Ponte de Lima 2 27,46 Km 17h42
PE8 Braga Street Stage1 1,90 Km 19h03
PE9 Braga Street Stage2 1,90 Km 19h28
Assistência (Exponor) 20h30

Sábado, 20 de maio
PE10 Vieira do Minho 1 17,43 Km 09:08
SS11 Cabeceiras de Basto 1 22,30 Km 09h46
SS12 Amarante 1 37,55 Km 11h04
Assistência (Exponor) 12h45
PE13 Vieira do Minho 2 17,43 Km 15:08
SS14 Cabeceiras de Basto 2 22,30 Km 15h46
SS15 Amarante 2 37,55 Km 17h04
Assistência (Exponor) 18h55

Domingo, 21 de maio
SS16 Fafe 1 11,18 Km 09h08
SS17 Luílhas 11,91 Km 09h30
SS18 Montim 8,66 Km 10h20
Reagrupamento (Fafe) 10h40
SS19 Fafe 2 (Power Stage) 11,18 Km 12h18
Assistência (Exponor) 13h47
Pódio (Matosinhos) 14h20