Matosinhos tem uma longa tradição de cidade industrial que vem já do final do séc. XIX.
Com a construção do Porto de Leixões, que decorreu entre 1892 e 1884 (a inauguração oficial só ocorreu em 1938), tornando-se o maior porto artificial do país, todo um quarteirão, se desenvolve, com uma visão de futuro, em malha ortogonal, no que viria a ser um avanço sem igual para a época.
Este quarteirão de Matosinhos Sul, hoje considerado um dos melhores locais para se viver e trabalhar, é das primeiras áreas desta tipologia (quarteirão industrial), se não a primeira a ser construída no nosso país, e consignado no primeiro Plano de Urbanização da cidade (1896 de Licínio Guimarães) que previa para aquele espaço urbano, quarteirões ocupados por unidades fabris, na zona então conhecida por Prado à entrada de Matosinhos.
Além das indústrias conserveiras, maioritariamente de peixe, que se desenvolveram com o porto de pesca do Porto de Leixões, muitas outras indústrias se instalaram nesses quarteirões.
Como curiosidade, a primeira unidade industrial a instalar-se no novo quarteirão foi a fábrica de conservas de peixe Lopes Coelho e Dias em 1899.
Assim, mais de um século depois, temos em Matosinhos ainda algumas destas unidades fabris, que agora oferecem visitas ao público.
Mas não só. Persistem na cidade e no concelho, vestígios de arqueologia industrial, que vêm desde a época romana, como os tanques romanos de salga, em Angeiras, passando por diversos edifícios, fachadas e chaminés, máquinas e equipamentos, preservados das inúmeras fábricas existentes ao longo deste tempo, ao quarteirão da Real Vinícola, onde se situa a Casa da Arquitetura.
Desde o Titan do Porto de Leixões, que serviu de alavanca para o desenvolvimento industrial e potenciador para a instalação de todo o tipo de unidades fabris, aos ex-libris do melhor que se produz em conservas de peixe e cerveja, a nível nacional e internacional, temos hoje, em Matosinhos, um círculo que une todas estas unidades de Turismo Industrial.
Certamente, todos eles, irão ser mais um dos pontos de atração turística de Matosinhos, contribuindo para a preservação da memória e identidade da cidade bem como para o desenvolvimento turístico e económico do concelho.
O desenvolvimento do Turismo Industrial enquadra-se na Estratégia Nacional de Turismo 2027, aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 134/2017, na medida em que tem subjacente a valorização do património histórico-cultural e das atividades identitárias dos territórios que refletem a dinâmica e capacidade de inovação da produção nacional.
Compreender o processo de fabrico (atual ou passado) de um determinado produto, perceber o modo de funcionar da maquinaria e experimentar o produto final, são exemplos deste tipo de turismo.
Assim, o Turismo Industrial permite diferenciar a oferta turística do território, estruturar e promover a mesma, através da valorização e partilha de aspetos identitários que conferem autenticidade à experiência.
Este separador contém breve informação sobre os parceiros com visitas e indicação das plataformas digitais dos mesmos (website, Facebook, Instagram ou outros) disponibilizando os links de forma a serem encaminhados para o respetivo parceiro, garantindo a informação disponível sempre atualizada.
Este separador contará, igualmente, com a indicação outros elementos de Turismo Industrial, para além da oferta de indústria-viva, como património e vestígios de arqueologia industrial.
“Ouvir a nossa história narrada pela indústria presente no concelho é conhecer, compreender e valorizar a nossa identidade e autenticidade.”
