Quem habitualmente circula pelas marginais de Matosinhos e de Leça da Palmeira, ou pelos passadiços de Angeiras, já se apercebeu da presença de peregrinos que, de mochila às costas e apoiados num cajado, percorrem o Caminho Português da Costa em direção a Santiago de Compostela.
Este percurso ganhou relevância durante a Idade Moderna e, sobretudo, a partir do século XV, sendo utilizado pelas populações costeiras e pelos que desembarcavam nos portos marítimos.
A pensar na segurança e na falta de sinalização adequada ao longo de um trajeto com 258 quilómetros (Portugal- Espanha) diariamente percorrido pelos milhares de peregrinos, os municípios do Porto, Matosinhos, Maia, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende, Viana do Castelo, Caminha, Vila Nova de Cerveira e Valença uniram-se para criar o projeto “Valorização dos Caminhos de Santiago — Caminho Português da Costa”.
Este projeto, cujo investimento ronda os dois milhões de euros, resulta de uma candidatura financiada em 85% por fundos do Programa Operacional Regional do Norte 2014-2020 aos fundos do Norte 2020.
O objetivo é o reconhecimento oficial deste Caminho como itinerário Cultural Europeu de peregrinação a Santiago e, mais tarde, como Património Mundial da UNESCO.
Assim, o Caminho Português da Costa passa a ter uma imagem e comunicação em comum.
Além das melhorias ao nível das infraestruturas de apoio aos peregrinos, nomeadamente albergues e correções de deficiência ao longo do Caminho, foi criado um Website (http://www.caminhoportuguesdacosta.com/pt) e uma aplicação mobile, onde são disponibilizadas todas as informações úteis, como conselhos para o percurso, um guia do trajeto com todas as localizações e ainda a possibilidade do peregrino elaborar o seu próprio roteiro, com os pontos de interesse e alojamento em cada local.
A apresentação deste projeto decorreu ontem, dia do apóstolo São Tiago, na Casa Museu Guerra Junqueiro, no Porto.
